Os brasileiros Alana Maldonado e Wilians Araújo conquistaram nesta quarta-feira, 9, a medalha de ouro no Campeonato Mundial de judô, que acontece em Baku, no Azerbaijão. A Seleção Brasileira da modalidade ganhou ainda uma prata, com Erika Zoaga, e cinco bronzes: Arthur Silva, Antônio Tenório, Brenda Freitas, Meg Emmerich e Rebeca Silva no segundo dia de lutas da competição. Somadas às conquistas de Thiego Marques e Rosi Andrade do dia anterior, já são dez medalhas, na melhor campanha já feita no torneio, que acaba nesta quinta-feira, 10, com a disputa por equipes.
A campeã paralímpica Alana Maldonado conquistou o bicampeonato mundial, já que havia levado o ouro na edição de 2018, disputada em Odivelas, Portugal. O bi na categoria até 70 kg para atletas J2 (baixa visão) veio com uma vitória dura na final contra a turca Raziye Ulucam, derrotada três vezes pela brasileira anteriormente.
O combate durou até os três minutos do Golden Score, como é chamada a prorrogação na modalidade, quando Alana encaixou um golpe (ippon) e comemorou a vitória ajoelhada no tatame.
"O bicampeonato é nosso. Só tenho a agradecer a todos que estão envolvidos comigo no dia a dia, ao meu clube Palmeiras, a todos da Seleção. Eu sempre falo que a gente sobe sozinha no pódio, mas por trás tem uma grande equipe", vibrou a paulista de 27 anos.
Ela se torna a única atleta do Brasil a ter dois ouros em Mundiais no currículo. Líder do ranking, a judoca tentará agora o segundo ouro também em Jogos Paralímpicos. Depois do título em Tóquio, a meta é repetir a dose em Paris 2024.
Quem também subiu ao lugar mais alto do pódio do Mundial, mas de maneira inédita, foi o paraibano Wilians Araújo, de 31 anos, que levou a melhor entre os pesados (acima de 90 kg) da classe J1 (cegos totais). Venceu na decisão o judoca da casa Ilham Zakiyev, de 42 anos, dono de quatro medalhas paralímpicas (dois ouros e dois bronzes) e atual campeão europeu.
Com um ippon, Wilians derrubou o adversário e decretou seu primeiro título mundial na carreira.
"Que sonho realizado. Depois de tudo que eu passei, isso é a coroação de um trabalho. Da minha equipe, o Instituto Benjamin Constant, que eu represento, do meu sensei Antônio, que está aqui presente, de toda a comissão técnica da CBDV [Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais], que fez eu sonhar com esse título mundial. Esse título faltava lá em casa, é inédito para mim e para minha família. E para a minha filha, Carolina, que vai nascer em fevereiro campeã mundial. Isso é demais", comemorou o brasileiro, bastante emocionado.
Já na final da categoria acima de 70 kg J1 feminina, a sul-mato-grossense Erika Zoaga, de 34 anos, acabou superada pela ucraniana Anastasiia Harnyk, atual campeã europeia. "Estou muito feliz pelo resultado no meu primeiro Mundial. Sou vice-campeã e quero agradecer a todos que fizeram parte dessa conquista.”
Cinco bronzes
O Brasil classificou ainda seis atletas para as disputas pelo bronze nesta quarta-feira, 9. Destes, apenas Marcelo Casanova não conseguiu colocar a medalha ao redor do pescoço, ao perder seu combate para o ucraniano Oleksandr Nazarenko na categoria até 90 kg (J2).
A primeira atleta do país a ganhar a disputa pelo terceiro lugar foi a carioca Brenda Freitas, de 27 anos, que precisou superar a dura derrota na estreia para a oponente Turuunaa Lkhaijav, da Mongólia. Brenda chegou a ter um ippon anulado antes de perder a luta. Após ganhar na repescagem, ela bateu a grega Theodora Paschalidou e ficou com o bronze.
Situação semelhante viveu Arthur Silva, de 30 anos, líder da categoria até 90 kg (J1). O brasileiro não conseguiu encontrar espaço para atacar o francês Cyril Jonard na estreia e levou o ippon – seu algoz ganharia o ouro mais tarde. O atleta potiguar de 30 anos teve de superar três repescagens para chegar à disputa do bronze, quando bateu o italiano Valerio Teodori por ippon.
Nesta mesma categoria, Antônio Tenório ganhou o outro bronze e, aos 52 anos, provou estar com apetite para chegar a Paris 2024, no que seria sua oitava participação em Jogos Paraolímpicos.
Outra categoria com dobradinha brasileira no pódio foi a das pesadas (acima de 70 kg) para atletas J2. As paulistas Meg Emmerich, e 36 anos, e Rebeca Silva, de 21, confirmaram os bronzes com vitórias sobre a americana Katie Davis e a francesa Prescillia Leze, respectivamente.
Líder do ranking, Rebeca acabou derrotada logo na estreia para a italiana Carolina Costa, que ficaria com o título. Meg, por sua vez, ganhou seu segundo bronze nesta competição, repetindo o feito de 2018, em Portugal.
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
Fonte do Site: COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO
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