Dois jovens judocas do Brasil adicionaram inéditas medalhas às suas coleções. O paraense Thiego Marques, de 23 anos, e a potiguar Rosi Andrade, de 25, conquistaram nesta terça-feira, 8, prata e bronze, respectivamente, do Campeonato Mundial de judô, que acontece em Baku, no Azerbaijão.
A competição continua nesta quarta-feira, 9, com mais dez brasileiros em ação a partir das 4h (de Brasília), com as lutas preliminares transmitidas ao vivo no YouTube da IBSA (sigla em inglês para Federação Internacional de Esportes para Cegos).
"Eu estou muito, muito feliz. Mostra que tudo valeu a pena. A gente vem de longe, deixa família, tudo, por um sonho. E, quando a gente consegue atingir nossos objetivos, é muito gratificante. Meu primeiro Mundial e já sair com esse resultado está sendo mais que incrível!", disse Rosi, que entrou no torneio como líder da categoria até 48 kg para atletas J1 (cegos totais). Neste ano, ela ainda conquistou as três etapas do Grand Prix da IBSA, em Antalya (Turquia), Nur-Sultan (Cazaquistão) e em São Paulo.
Apesar de ser favorita, a judoca foi surpreendida logo na estreia pela turca Ecem Cavdar, que venceu quando a brasileira acumulou três shidos (infrações). A atleta de 25 anos teve de encarar a repescagem e passar pela uzbeque Fotima Toirova e pela egípcia Hagar Mohamed para se classificar à disputa de medalha. Na luta que valeu o bronze, ela aplicou o ippon já no golden score, como é chamada a prorrogação na modalidade, sobre Khaiitkhon Khusan, do Quiguistão.
Também líder de sua categoria – até 60 kg para atletas J2 (baixa visão) –, Thiego acumulara um bronze e duas pratas nos torneios da temporada. E o paraense não deu chance a ninguém até a grande final: superou o argelino Ishak Ouldkouider, quarto do mundo, no combate de estreia, e depois aplicou lindo ippon em Nukri Migrijanashvili, da Geórgia, na semifinal. Infelizmente, acabou sofrendo um wasari do ucraniano Davyd Khorava, que conseguiu levar a pontuação até o gongo final.
"Essa medalha de prata tem gosto de ouro. Ela reflete diversos dias de treinamento árduos, longe dos amigos, abdicando de muita coisa. E mostra que estamos no caminho certo. Cheguei aqui como líder do ranking e, graças à pontuação obtida, sairei ainda como líder. É um salto muito importante para Paris", comemorou o judoca, que tem baixa visão por conta do albinismo.
Outros dois brasileiros conseguiram se classificar para a disputa do bronze. O manauara Elielton Oliveira (J1 até 60 kg) venceu o argentino David Gomez e o português Miguel Vieira até cair na semifinal para o turco Abdurrahim Ozalp. No bronze, foi superado pelo uruguaio Henry Borges. Já o paraense Rayfran Mesquita (J1 até 73 kg) não teve a chance de competir pela medalha, pois sofreu uma lesão em sua derrota na semifinal para o alemão Lennart Sass, que seria o vice-campeão da categoria. Antes, havia vencido o uzbeque Shokhrukh Mamedov e o egípcio Rashad Aboughonim, ambos por ippon.
Outros sete judocas brasileiros que competiram nesta terça-feira, 8, pararam na repescagem: Victória Batista (até 48 kg J1), Giulia Pereira (até 48 kg J2), Larissa Oliveira (até 57 kg J1), Lúcia Araújo (até 57 kg J2), Hellen Machado (até 57 kg J2), Roberto Paixão (até 60 kg J1), Harlleu Arruda (até 73 kg J1).
Mais ação nesta quarta
O Brasil terá dez representantes nos tatames do Centro Heydar Aliyev nesta quarta-feira, 9. Alguns dos principais nomes da modalidade estarão presentes, como a atual campeã mundial Alana Maldonado, que buscará o bi na categoria até 70 kg J2, e a eterna lenda Antônio Tenório, maior medalhista paralímpico de todos os tempos na modalidade, que vai competir no peso até 90 kg para atletas J1. Também lutarão alguns líderes do ranking em suas categorias: Brenda Freitas (até 70 kg J1), Rebeca Silva (acima de 70 kg J2), Arthur Silva (até 90 kg J1), e Wilians Araújo (acima de 90 kg J1). Os outros representantes são: Erika Zoaga (acima de 70 kg J1), Meg Emmerich (acima de 70 kg J2) Marcelo Casanova (até 90 kg J2) e Sergio Fernandes (acima de 90 kg J2).
*Com informações da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro (imp@cpb.org.br)
Fonte do Site: COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO
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